No século XVIII, os primeiros homens embarcavam em grandes navios veleiros em busca de baleias que conseguissem capturar para depois derreter a sua gordura e transformá-la em óleo que era usado para iluminação.
No século XIX, os navios norte-americanos que passavam frequentemente pelas águas açorianas à procura de abrigo e abastecimentos deram azo a que muitos homens açorianos partissem para os EUA em busca de um futuro melhor do que aquele que a crise que se vivia nos Açores permitia. Nos EUA, estes homens aprenderam técnicas mais apuradas da caça à baleia, regressando mais tarde para dar início à indústria da baleação nos Açores.
Entre 1896 e 1949, o recurso a grandes navios baleeiros foi substituído por uma baleação costeira, pois muitos cachalotes encontravam-se perto das costas açorianas. Foram também introduzidos os vigias em terra para localizar os animais, aos quais chegavam em rápidas canoas movidas a remos. Apesar do método de captura ser essencialmente artesanal, de arpoamento manual, foram caçadas milhares de baleias. No entanto, nos anos 60 do século XX, o declínio da caça à baleia deu início e tudo começou a mudar.
Em setembro de 1979, foi assinada em Berna a Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais na Europa (Convention on the Conservation of European Wildlife and Natural Habitat) para proteger as espécies animais e os seus habitats e, em 1986, entrou em vigor a Moratória da Comissão Baleeira Internacional, passando a ser proibida a captura de todas as espécies de mamíferos marinhos em águas portuguesas.
Findo este capítulo da história da caça da baleia nos Açores, começaram a surgir as primeiras empresas de observação de cetáceos nos Açores e os antigos botes baleeiros foram recuperados, sendo hoje usados em regatas.
Nos dias de hoje, a antiga fábrica da baleia na ilha do Pico é um museu da indústria baleeira. Os antigos postos de vigia foram restaurados e são usados pelas empresas de observação de cetáceos para que as embarcações repletas de amantes destas espécies possam ir ao seu encontro.
O whale watching é atualmente uma das atividades mais procuradas nos Açores e é considerada uma experiência obrigatória para quem visita o arquipélago. O cachalote e as demais espécies de cetáceos passaram a ser um símbolo, se não o símbolo, turístico e cultural dos Açores.