A religiosidade é grandemente vivida em todas as ilhas do Arquipélago dos Açores, sem exceção. As grandiosas manifestações religiosas destas ilhas remontam ao tempo em que as catástrofes naturais e o grande isolamento assolavam as suas populações, que viam um grande alívio na sua fé.
Derivam e ainda permanecem dos terramotos de 1522, que assolaram Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, romarias que levam homens a dar a volta à ilha a pé durante a semana da Quaresma, rezando e passando pelas igrejas. Embora seja uma dura caminhada, muitas vezes feita sob condições meteorológicas adversas, todos os que nela participam relatam uma sensação de renovação no regresso às suas casas.
As Festas do Divino Espírito Santo são as festas que se estendem de abril a junho por todas as ilhas dos Açores, sendo, no entanto, vividas de forma um pouco diferente em cada uma. Em todas elas estão presentes as coroações ao domingo e grandes momentos de partilha das famosas Sopas do Espírito Santo, distribuídas gratuitamente por todos. Não se admire se for convidado, durante a sua estadia, a participar nas festividades junto com as comunidades locais e a comer o que lhe será orgulhosamente oferecido!
As festividades do Senhor Santo Cristo dos Milagres juntam, entre locais, turistas e emigrantes que regressam à sua terra natal por esta altura, milhares de pessoas no Campo de São Francisco, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel. Por entre os eventos religiosos que lá decorrem, um autêntico arraial de luzes, bandas filarmónicas, carrosséis e comes e bebes fazem as delícias de miúdos e graúdos. A procissão realizada no quinto domingo depois da Páscoa concretiza-se, segundo a tradição oral, no seguimento de uma procissão, sugerida pela Madre Teresa da Anunciada, para acalmar a ira da natureza, durante a qual a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres caiu e tocou no chão sem se partir. A partir daí, todos os anos realiza-se esta procissão que move a fé de muitos devotos, os quais pedem ajuda para ultrapassar os momentos mais difíceis das suas vidas. No sábado que a antecede, várias pessoas caminham numa lenta procissão de joelhos e/ou descalços ao redor do Campo de São Francisco, enquanto carregam velas que no final do percurso são oferecidas à igreja.
Nos meses de verão, será habitual encontrar festas em honra do Santo Padroeiro, um pouco por todas as freguesias dos Açores. Entre luzes, música e barraquinhas, o Santo Padroeiro sai à rua acompanhado pelos locais ao som de bandas filarmónicas, em procissões que vale a pena assistir e/ou participar.
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